segunda-feira, 6 de julho de 2015





Jaulito é uma animação espanhola lançada em 2008. Foi selecionada entre as finalistas do concurso de melhor curta-metragem de animação da Espanha no Artfutura de 2009. É dirigido por Javier de la Torre. Jaulito nasceu trancado em uma gaiola. Um dia ele consegue escapar com ajuda de um corvo, mas jamais imaginou que a gaiola que tirava sua liberdade, era a mesma que lhe ajudava a viver.

Esse curta-metragem me remeteu diretamente ao mito da caverna escrito por Platão. A situação vivenciada é exatamente à mesma, o medo da liberdade e o quanto vivemos e construímos um alicerce nesse lugar que nos dá uma suposta "estabilidade", à custa de muita vida, a um preço muito alto.

O Mito da Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A República”, no livro VII. Na alegoria narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos textos mais lidos no mundo filosófico.

Platão utilizou a linguagem mítica para mostrar o quanto os cidadãos estavam presos a certas crendices e superstições, que lhes eram possíveis no momento. A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam voltados para o fundo dela, presos a grilhões e correntes, Ali contemplavam as sombras no fundo da parede produzidas por uma rachadura, uma réstia de luz. Os habitantes daquele triste lugar só poderiam enxergar o bruxuleio das sombras daqueles objetos, surgindo e se desafazendo diante deles. Era assim que viviam os homens. Acreditavam que as imagens fantasmagóricas que apareciam aos seus olhos eram verdadeiras, tomando o espectro pela realidade. A sua existência era pois inteiramente dominada pela ignorância e pelo medo.
Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da caverna, sair para ver o que havia além e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com natureza, cores, “imagens” diferentes do que estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e revoltados com a “mentira” o mataram.

Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias). O primeiro é o mundo da imperfeição e o segundo encontraria toda a verdade possível para o homem. Assim o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para que consiga atingir o bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as cavernas e gaiolas em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta.

A relevância e atualidade do mito não surpreende: muitas informações denunciam a alienação humana, criam realidades paralelas e alheias. Mas até quando alguns escolherão o fundo da caverna? A liberdade tem seu preço. O Mito da Caverna é um convite permanente à reflexão.

sexta-feira, 3 de julho de 2015


Garra Rufa (Doctor Fish)


Recomendo o curta-metragem com algumas restrições. É uma animação, um filme caricatural, portanto não retrata fielmente como se dá a clínica psicanalítica, até porque não é o seu objetivo. É uma maneira divertida de se pensar as relações terapêuticas, as relações entre pacientes e psicólogos e o quanto o profissional também precisa de cuidados terapêuticos, também enfrenta questões, não está imune aos dilemas existenciais nem aos conflitos da vida. 



“O que você vai dizer, antes de dizer à outra pessoa, diga a você mesmo.”



As palavras acima são do pensador romano Sêneca e todos nós deveríamos (tentar pelo menos) pôr em prática diariamente. As palavras têm poder e é importante se preocupar com elas, pois elas podem agradar ou ferir, emocionar ou ofender, trazer felicidade ou decepção, construir ou destruir.



É tão importante falar e ser ouvido que muitas pessoas buscam por terapia e psicanálise para compreender a si próprias e a seus conflitos.



Produzido em 2010, pela Frozen Mammoth & Sheridan Productions, o curta-metragem de animação “Garra Rufa” (Doctor Fish), de Tony Tarantini, aborda atendimentos clínicos de um experiente psicoterapeuta de meia idade que atende os mais variados pacientes. Em um certo momento, no entanto, ele se vê preso a uma profunda questão pessoal, e quem precisa ser ouvido é ele.



“Garra Rufa” não tem (e nem precisa de) diálogos; é apenas embalado pela excelente trilha de Alex Liberatore.



A reflexão que esse filme me proporcionou e que eu gostaria de passar adiante foi a da sabedoria popular:



As quatro coisas que não voltam para trás: 
a pedra atirada, 
a palavra dita, 
a ocasião perdida 
e o tempo passado.

Talvez o filme dê ênfase a palavra dita, mas pacientes procuram terapia/análise muitas vezes em função de várias dessas questões aglomeradas. As vezes é possível prevenir uma palavra inadequada, uma agressão gratuita...

Psicóloga Stael Rezende (UFSJ) - CRP-04\43387.                                      
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Sobre a Loucura do Trabalho

O vídeo abaixo consegue, em pouco mais de sete minutos transmitir a crueldade com que se estabelecem as relações de trabalho.
Assista! Se por acaso sentir-se identificado com a trama, saiba que não é mera coincidência, essa trama é real, é a loucura do trabalho de como o trabalho está estruturado na sociedade e suas exigências que estão cada vez mais para além do que o humano é capaz de suportar.
Talvez esse vídeo seja a gota d'água que faltava para que você não se deixe engolir pela voragem capitalista e busque ajuda psicológica para romper os grilhões dessa corrente e caminhar rumo ao resgate da sua saúde bio-psico-social-espiritual. Talvez não, o vídeo sequer incomode quem já se adaptou à gaiola e se esqueceu que tem asas.   






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